quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Luzes

A cozinha está sem luz, a lâmpada insiste em não ascender. Liguei o radio e a voz rouca cantava em inglês para eu ter paciência e seu assobio me persegue.

Na tela de uma tv sem som o programa de esporte fala do Barcelona que não teve Messi e da destruição da torcida do Corinthians.

Eu com sono, mas com vontade de escrever, mesmo com esse calor insuportável que faz em São Paulo, pego o IPad e nada me impede, a não ser o ícone da bateria avisando que falta pouco, pouca bateria no iPad ou em mim?

Perguntas, sentimentos, bocas e caras e o som fica pesado com o grito do cara dizendo que quer cinco minutos sozinho, sim, sou uma inconstância no que ouço. Já tem uns bons dias que "amigos" perguntam sobre meu sumiço. Eu não sumi, estou no farol, no transito, no banco, enfim, em todos os lugares, mas menos tempo online em sites com perca de tempo, gostei, cansei, deletei, voltarei?

A música muda, está na hora de ir, o que era agressivo tempos atras, agora é mais popular, todo mundo precisa de dinheiro, de status será que eles se venderam?

Na espera da outra música vejo na tv que Messi entrou no jogo e saiu de maca, não deu tempo para colocar áudio, o comercial foi mais rápido, mas com internet quem precisa de tv?

Aff, a música que começou é de uma banda inglesa que imita os Beatles em tudo, será que alguém não quer matar o vocalista? Mas a banda acabou e minha paciência também, vou levantar e dar um jeito na lâmpada da cozinha.

E meus dedos doem, digitar via touchscreen é legal, mas cansa.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

A cabo

Tudo está ligado a cabo, por um fio.
Seja a vida ou a pólvora de um pavio.
Sempre que escurece, vem um ar sombrio
Ouço vozes, ouço passos e tudo me dá um arrepio.

Não sei a quantas ando
Não a quantas mais quero andar
Sei que não me espanto
Com noticias a chegar

Um cabo une, segura, amarra
Um fio conduz, dá força, faz passar
E se tudo eu resolver desligar?
Como ficará minha cara?

O susto foi demais, a dor está presente
Noticias que mudam como a correnteza
Não quero esperar, mas um dia estarás ausente
E no céu vamos nos encontrar, essa é a certeza.

(escrevi pensando em minha vó, que sofreu um infarto e está melhorando)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Troquei de tênis

Queria e precisava caminhar mais, ir mais longe, ultrapassar limites, barreiras, pessoas.

Quando eu o calcei já senti a diferença, me imaginei em lugares nunca dantes caminhados por mim ou por outro ser humano.

Comecei a andar, logo senti algo no pé, uma dor, um formigamento, não havia percebido que eu já tinha gasto minha sola, e que o problema não era o tipo do calçado, mas sim eu mesmo.

Pois é, a maioria das vezes o problema está embaixo de nosso nariz, mas a gente teima em trocar a camisa, a calça, o sapato, as meias, e nunca trocamos a cabeça.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como nossos pais?


Como nosso pais? Mas por que? O que temos ou fazemos de igual? E de diferente?
Nossos pais lutaram para a queda da ditadura, derramaram sangue nas ruas, e o que nós fazemos é somente dizer que “como brasileiros não desistimos nunca”, mas não desistimos do que?
Não é só uma questão de DNA não, mas de tudo que se faz, que se fez e do que será feito. Alias, qual a mensagem que seus pais deixaram para você? E as gerações passadas? Será que tudo era fácil como hoje em dia?
Hoje temos total acesso a todas as informações, a qualquer conteúdo, tudo está em todos os lugares, mas há tempos não era assim. O pensamento deles era vigiado. Tudo que eles faziam tinha que seguir a determinada ordem, tinha que ser daquele jeito.
Vivemos com eles num mesmo tempo, mas em tempos diferentes.
Meu avô é muito mais revolucionário que meu pai. Meu pai é careta, nada pode ser feito por ninguém, pois vai dar errado. O excesso de segurança é um zelo da idade dele, que nem meu avô nem eu temos.
Não podemos ficar presos em uma jaula invisível, não podemos recriminar ou podar, a liberdade de expressão é um direito de todos, e todos podem se expressar da forma que quiserem.
Amanhã eu serei o pai, e meu pai será o avô. E quem será o careta da historia?

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Baseado em Lulu Santos


Sei lá se sou fã do cara, sei  lá  se o acho arrogante, sei  lá .

Sei que também não pedi para nascer e não nasci para sofrer, não nasci para me perder.

Sei que fiquei sempre esperando um certo alguém, que mudasse o meu destino, e me desse a mão para ser a minha estrela, mas sempre achei que seria bobagem a mania de fingir quem nega a intenção.

Minha mãe sempre me falou que eu sofreria no mundo a fora, que apanharia muito, mas que eu poderia voltar para casa, que teria tudo como sempre tivera.

Pois eu sei que amanhã pode não ser nada disso, mas ai só eu poderei esquecer, mesmo sabendo que ninguém precisa saber de nada. O que eu gosto ou que faço só cabe a mim entender.

Independente de ela me fazer tão bem e eu querer fazer as mesmas coisas por ela, eu sei que o amor é mole como requeijão, e isso só aumenta minha paixão, mesmo achando que eu possa te ganhar e te perder.

É, eu sei que sou o ultimo romântico, mesmo a amando calado, como quem ouve uma sinfonia ou um disco de heavy metal, é que assim vejo que quando me calo é que falo mais ao coração.

A dancinha do Lulu, independente se estava mostrando como era o novo modo de caminhar dessa humanidade ou se era a maneira dele sair do mar, de pular as ondas, sei que isso marcou muito, atingindo tanto a zona norte como a zona sul. Afinal, tolice é viver a vida sem aventura, e nisso ele tinha razão.

Ele me fez querer ir para a Califórnia quando eu nem conhecia a rua de trás da minha casa, me fez pensar em parar de jogar futebol para ir tocar guitarra na TV, mas eu nunca coordenação com as mãos como tive com os pés, mas o destino, ah o destino, fez com que eu quebrasse meu pé no momento mais crucial da minha vida e eu deixei de jogar futebol... perdi as contas de quantos barrancos eu cai, mas sobrevivi.

Muitos rastros de incompreensão eu deixei, mas ninguém me procurou para tentar entender, mas fui curado, pelo amor, sim, pelo seu amor.

Mas ficou tudo azul, tudo como deveria ser, afinal nós somos medo e desejo, sempre. E sempre vi a vida melhor no futuro, mas esse futuro não chega? E quando vai chegar? Hoje o tempo voa, escorre, escapa, foge, mas sempre corro atrás de tudo que quero fazer, para não perder tempo.

Tenho a habilidade de dizer mais sim do que dizer não, porque quero viver tudo que há para viver, tentando de toda forma encontrar a cura.

Muitas vezes fiquei esperando alguém que pudesse estar no ar, que nunca passou um SOS ao menos para meu coração, mas que tenho adivinhar o que eu queria, o que eu esperava, e não era somente nos meses de Vindimiário, Brumário ou Frimário que esperava o outono para ver o clima mudar, e me alegrar.

Puxa, lembrei todas essas canções sem consulta, sem pesquisar algo que não fosse minha memória, minha vasta memória, com a condição de fazer o melhor, porque não sou diferente de ninguém, não quero causar impacto, nem tão pouca sensação o que eu digo é o que eu digo é o que cabe.

Eu paro aqui, por que tem certas coisas que eu não sei dizer...

sexta-feira, 30 de março de 2012

Todo dia

Todo dia eu desisto
Todo dia eu luto
Todo dia eu choro
Todo dia eu sorriu
Todo dia eu caio
Todo dia eu levanto
Todo dia eu calo
Todo dia eu falo
Todo dia eu grito
Todo dia eu fico enfurecido
Todo dia eu me acalmo
Todo dia eu te perco
Todo dia eu te espero
Todo dia eu escrevo
Todo dia eu apago
Todo dia eu peço que todo o dia eu possa ser feliz.

 (parece musica do Arnaldo Antunes, heehheeh)

terça-feira, 13 de março de 2012

Ouvi

Pra que eu fui ouvir aquele disco?
Pra que?
Para lembrar de um passado que não passou?
Para lembrar de um passado que marcou?
Para lembrar?
Pra que?

Por que aquelas musicas me lembram de algo?
Por que aquelas musicas me lembram de alguém?
Por que?
Por que fui deixar aquelas musicas marcarem algo?
Por que fui deixar aquelas musicas dizerem algo?
Por que?

Por onde andam aqueles sentimentos?
Por onde andam aquelas pessoas?
Por onde?
Por onde caminham as novas musicas?
Por onde caminham as novas pessoas?
Por onde?

Perguntas que não fazia
Perguntas que não calam
Perguntas...
Perguntas sem respostas
Perguntas sempre a acompanhar
Perguntas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Hoje eu chorei



É, hoje eu chorei. Estou com essa vontade recolhida em mim há algum tempo, mas hoje ela se mostrou presente.
Não sei a causa ou o motivo, só sei que hoje eu chorei.
Talvez hoje eu chorei por ver que tudo está um pouco complicado na vida, ou talvez por estar simples demais.
Não sei ao certo se hoje eu chorei por conta do amor ou se foi a falta dele, e suas alegrias e tristezas.
Hoje eu chorei e nem percebi se estava com dor ou estava tudo bem. Se estava sorrindo de alegria ou sorrindo de nervosismo.
É, hoje eu chorei, porque chorar sem motivo também pode ocorrer na vida de um homem.
Saber o motivo não vai mudar muito as coisas, já que hoje eu chorei com gosto, com vontade de chorar.
Hoje eu chorei, e pode ser que eu ainda esteja a chorar até agora.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

E quando o coração fala?


E quando o coração fala
Coisas que as pessoas não podem ouvir
E que não deveria nem ser questionadas
Dentro do próprio coração?

E quando esse mesmo coração
Diz que é preciso mudar, esquecer
Querendo que você volte a ser o que fora
Um dia, longe da nova felicidade?

E quando o coração apronta
Te faz encarar o mundo de uma forma diferente
Fazendo tudo parecer um sonho encantado
E do nada, resolve dizer adeus?

E quando o coração combalido
Quer mostrar um caminho diferente do que você
Quer porque quer seguir a partir de agora
Mesmo sabendo que não se pode?

É coração
Tu devia ser somente para bater
Para bombar o sangue e nos manter vivo
Mas tu insiste em me bater, me nocautear
Me fazer acreditar em muitas coisas
Me machucar em tantas outras

É coração
Não sei os “por quês” da vida
Não sei as respostas de nada
Sei que estamos sofrendo
Você e eu.