quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Troquei de tênis

Queria e precisava caminhar mais, ir mais longe, ultrapassar limites, barreiras, pessoas.

Quando eu o calcei já senti a diferença, me imaginei em lugares nunca dantes caminhados por mim ou por outro ser humano.

Comecei a andar, logo senti algo no pé, uma dor, um formigamento, não havia percebido que eu já tinha gasto minha sola, e que o problema não era o tipo do calçado, mas sim eu mesmo.

Pois é, a maioria das vezes o problema está embaixo de nosso nariz, mas a gente teima em trocar a camisa, a calça, o sapato, as meias, e nunca trocamos a cabeça.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Como nossos pais?


Como nosso pais? Mas por que? O que temos ou fazemos de igual? E de diferente?
Nossos pais lutaram para a queda da ditadura, derramaram sangue nas ruas, e o que nós fazemos é somente dizer que “como brasileiros não desistimos nunca”, mas não desistimos do que?
Não é só uma questão de DNA não, mas de tudo que se faz, que se fez e do que será feito. Alias, qual a mensagem que seus pais deixaram para você? E as gerações passadas? Será que tudo era fácil como hoje em dia?
Hoje temos total acesso a todas as informações, a qualquer conteúdo, tudo está em todos os lugares, mas há tempos não era assim. O pensamento deles era vigiado. Tudo que eles faziam tinha que seguir a determinada ordem, tinha que ser daquele jeito.
Vivemos com eles num mesmo tempo, mas em tempos diferentes.
Meu avô é muito mais revolucionário que meu pai. Meu pai é careta, nada pode ser feito por ninguém, pois vai dar errado. O excesso de segurança é um zelo da idade dele, que nem meu avô nem eu temos.
Não podemos ficar presos em uma jaula invisível, não podemos recriminar ou podar, a liberdade de expressão é um direito de todos, e todos podem se expressar da forma que quiserem.
Amanhã eu serei o pai, e meu pai será o avô. E quem será o careta da historia?